No primeiro encontro dos quartos de final da Copa América 2024, a expetativa era de um duelo que apontavam para uma seleção argentina controladora e com altos índices de ações ofensivas e oportunidades de golo, confrontando com a seleção do Equador que se esperava mais reticente e à procura dos momentos certos para tentar ferir os campeões em título. O Equador acabou por se revelar uma equipa atrevida ofensivamente, com uma entrada muito forte no jogo, tendo a capacidade de criar perigo junto da baliza de Emiliano Martínez um par de vezes ao longo dos primeiros minutos de jogo, da qual se destaca a enorme intervenção do guarda-redes do Aston Villa após uma excelente jogada individual do equatoriano Sarmiento aos 15 minutos de jogo.
Após isto, o domínio da posse de bola foi argentino, mas a seleção do Equador mostrou-se sempre muito competente a defender, como tem vindo a demonstrar ao longo do torneio, e a Argentina não foi capaz de materializar a posse de bola em êxito ofensivo, terminando a partida com apenas 5 finalizações, sendo apenas duas na direção da baliza e um xG de apenas 0,63. O Equador, por sua vez, conseguiu fazer 9 remates na partida, sendo 3 à baliza, o que gerou um xG de 1,9.
Apesar das poucas ideias argentinas, foram os campeões mundiais a inaugurar um marcador através de um canto pelo central Lisandro Martínez aos 35 minutos de jogo. No segundo tempo, a Argentina apresentou-se mais expectante e o domínio do jogo foi do Equador onde a qualidade do drible de Sarmiento e a capacidade de passe e de chegada à área de Moisés Caicedo mostraram-se muito perigosas e uma constante ameaça à vantagem da Argentina. Aos 60 minutos e uma vez mais a partir da sequência de um pontapé de canto o médio argentino De Paul joga a bola com a mão na área e o árbitro marca pontapé de grande penalidade para o Equador onde Enner Valencia não foi capaz de restabelecer a igualdade, enviando a bola ao poste.
Depois disto, a Argentina entregou de completo a posse de bola ao Equador, optando por fazer baixar as linhas e reforçar a linha defensiva com a entrada de mais um central, o benfiquista Nicolas Otamendi, aos 78 minutos de jogo. O Equador respondeu com a mudança do sistema 4-1-4-1/4-3-3 para um 4- 4-2, optando por ter mais presença na área. A insistência equatoriana acabou por dar frutos através de um cruzamento do lado direito de Yeboah e Kevin Rodríguez a aparecer sozinho à entrada da pequena área e a conseguir fazer o 1-1 aos 90+1. Logo de seguida, o Equador ainda acreditou que era possível fazer a reviravolta antes dos penáltis e teve uma grande oportunidade com um novo cruzamento de Yeboah respondido por Jordy Caicedo que cabeceou ao lado.
O jogo acabou com uma clara superioridade equatoriana e esperava-se que entrassem na decisão por grandes penalidades com uma vantagem mental sobre os argentinos. Neste sentido, impossível não destacar, mais uma vez, a participação de Emiliano Martinez novamente numa partida decisiva. Além de ter impedido um golo esperado do Equador, através de finalização de Sarmiento, aos 15 minutos do primeiro tempo, ainda se voltou a agigantar na defesa de grandes penalidades ao defender duas cobranças de penálti. Ao todo, já são 9 defesas de pênalti por Dibu, entro as 24 possíveis, o que corresponde a uma percentagem de aproveitamento de 37,5%.
Os mapas de calor mostram o Equador com uma maior presença no lado direito e na área argentina, estando presente em áreas que justificam o maior xG e ameaça, enquanto a Argentina buscou o controlo do jogo pela região central do campo e em áreas do último terço, porém, sem conseguir trazer perigo, o que também está refletindo no seu xG de 0,63.
Já o convex Hull, também evidenciam a organização e disposição das equipes, retratando o que ocorreu no jogo e com as seleções.
Concluindo, o Equador demonstrou e conseguiu impor as suas características, cujas estatísticas prévias já demonstravam a sua força nos aspetos defensivos do jogo, e ainda conseguiu juntar a isto várias ações ofensivas que poderiam ter levado à eliminação da equipa argentina campeã em título e campeã mundial. Vale destacar o trabalho de captação, prospeção, formação e desenvolvimento de talentos que o país, através da sua federação e clubes locais, utilizando ferramentas, inovação, tecnologia e análise, o qual tem gerado resultado. Já a Argentina, não se mostrou confortável na partida, não conseguindo apresentar os mesmos índices ofensivos da primeira fase, pelo contrário, com pouca penetração e oportunidades de golo, e teve no fator sorte um grande aliado através do penálti não convertido por Enner Valencia e em Emiliano Martinez, com algumas defesas importantes durante o jogo e nas defesas de dois penáltis, a forma que conquistou a vaga para a meia-final da Copa América.
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